quarta-feira, 8 de junho de 2016




Fotógrafa Sheila Oliveira revela memória no tempo e nas águas do Rio Jaguaribe


Com lançamento no dia 21 de maio na Livraria Cultura, o livro contém "imagens de um cotidiano se movendo ao redor de um rio gigante"
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O rio Jaguaribe, de tempos seculares, inspirou o poeta cearense Luciano Maia para compor, em 1982, o livro Jaguaribe - memória das águas, que já está na 10ª edição.  "Folheando suas páginas, deixo meu coração ser conduzido por esta onda de poemas e sigo a correnteza que me levou por caminhos de curvas de pedras, de areia e águas convergentes para publicar este livro", diz a fotógrafa Sheila Oliveira no texto de abertura de Rio Jaguaribe - memória no tempo e nas águas (Dartista Editora. 2014. 152p), que lança no dia 21 de maio, às 19: h na Livraria Cultura.

NO CURSO DO RIO

Foram quatro meses de uma expedição iniciada na nascente do rio, no sertão dos Inhamuns, a partir do encontro com os rios Trici, Carrapateiras e Favela. Seu "marco zero" está na comunidade Barra da Sociedade, a 8 Km de Tauá. As boas surpresas e imagens começam daí. "Encontramos os primeiros vestígios da presença de nossos antepassados: inscrições rupestres nos afloramentos rochosos, fragmentos de dente de um mastodonte, peças de uma preguiça gigante, artefatos de povos indígenas que pesquisadores afirmam serem dos períodos da pedra polida e da pedra lascada", revela.

Do sertão ao mar, o Jaguaribe cruza serras, chapadões, cabeceiras e diferentes paisagens, atravessadas pela fotógrafa com suas lentes. "Carnaúbas, pés de oiticicas, jucás. Mulheres lavando roupas nas pedras, carroças transportando água, jumentos bebendo água nos canais da irrigação. "São imagens de um cotidiano se movendo ao redor de um rio gigante", decifra.

Mas nem tudo é encantadoramente exuberante no entorno do "rio das onças", na tradução tupi-guarani. No decorrer dos séculos, conforme expõe a fotógrafa, o gigante vem assistindo à destruição de suas margens e, como consequência, à fragmentação do seu espaço.

CURADORIA

Das mais de 2.000 fotografias, 120 estão presentes no livro, após o cuidadoso trabalho de curadoria realizado pelas pesquisadoras Ângela Magalhães e Nadja Fonsêca Peregrino, do Rio de Janeiro, responsáveis também pela coordenação editorial. Elas assinam no livro o texto "Tempos em suspensão". "Sheila Oliveira é uma idealista. Seu trabalho se pauta pelo registro  de questões ligadas ao meio ambiente", dizem no início do texto.

Sobre Rio Jaguaribe escrevem: "Aqui ele ganha uma abordagem documental e onírica, que ressalta a dimensão do visível e do subjacente - daquilo que a autora intui como uma complexa relação do homem com o seu habitat. Estas fotografias são, portanto singulares e portadoras de múltiplos significações. Nada é menosprezado". Mais adiante revelam: "Mas para além de tudo que é mostrado, é importante qualificar o gesto de Sheila Oliveira, que será mais bem compreendido através da perspectiva ética e filosófica que perpassa o seu trabalho".  

INSPIRAÇÃO

Fonte de inspiração para a fotógrafa com seus poemas sobre o rio Jaguaribe, o escritor Luciano Maia, está presente no livro de Sheila Oliveira com o poema "Da nascente" e com o texto "Nosso rio tutelar..."

"O Jaguaribe, em seu caminho, desde a Serra da Joaninha até entregar-se ao abismo de águas do Oceano Atlântico, experimenta e nos oferece toda uma variedade de aspectos geológicos e, por que não referir, locais e culturas, amalgamados por uma realidade mais ampla, a pertinência a um universo cujas ressonâncias mais fundas repercutem em nossa alma cearense de forma pertinaz e reiterada". Ao final, alerta: "Não deixemos que este rio desapareça sob lixo e sujeira!".

A FOTÓGRAFA

Sheila Oliveira vive e trabalha em Fortaleza, Ceará. Estudou fotografia na Foximage, em Paris (1988) e fez especialização em fotojornalismo em São Paulo, na Escola Focus (1992). Trabalhou na Agence France Press - AFP (Paris, 1989) e no jornal Folha de São Paulo. Em 2005 ganhou o Prêmio de Fotografia Chico Albuquerque, da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará com o livro Carnaúba a árvore que arranha (Editora Tempo D'Imagem), seu primeiro livro e, em 2012, ganhou o prêmio do Edital das Artes da Secultfor com o livro Redes de Dormir. Foi Diretora/Presidente do Ifoto - Instituto da Fotografia (2010 e 2011). Tem imagens publicadas nas revistas Almanaque Brasil Socioambiental (São Paulo, 2008), com trabalho sobre  Carnaúba; revista Seven Magazine (Fortaleza), com matéria sobre Rede de  Dormir; revista Horizonte Geográfico (2008)  e Revista Casa Cor (2004).

PARCEIROS E PRÓXIMOS EVENTOS

Além do poeta Luciano Maia e das curadoras e pesquisadoras Ângela Magalhães e Nadja Fonsêca Peregrino, a fotógrafa Sheila Oliveira destaca a importante participação do ambientalista Afro Negrão, diretor do Memorial da Carnaúba, que abriu as portas de sua sede para o projeto, do qual responde pela produção executiva.

O livro foi publicado com o apoio cultural do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e Coelce. Parceria: Memorial Carnaúba. Acompanha a publicação um DVD contendo um vídeo de 30 minutos, realizado pela Editora Dartista, com imagens produzidas por Tiago Pedro, som de César Mota e edição de imagens de Tiago Therrien, todos do Ceará.

Depois da Livraria Cultura, o livro terá os seguintes lançamentos: Dia 22 de maio em Aracati (CE); Dia 3 de junho em Russas (CE); Dia 25 de junho na Sociedade Fluminense de Fotografia - Niterói (RJ). Outros lançamentos estão previstos para Tauá (CE) e Cuca Barra - Fortaleza (CE) ainda no mês de junho.

FICHA TÉCNICA

Projeto Editorial: Dardista Editora. Coordenação Editorial: Ângela Magalhães e Nadja Peregrino. Fotografias: Sheila Oliveira. Textos: Ângela Magalhães, Nadja Peregrino, Luciano Maia e Sheila Oliveira. Edição de Fotografia: Ângela Magalhães e Nadja Peregrino. Design e Produção Gráfica:  Aline Horta Guinle e Julia Romero - AHdesign Studio. Foto da autora: Cynthia Hanning. Tratamento de imagens: Elton Gomes. Revisão de texto: Socorro Franco. Tradução: Regis Lima. Assessoria do Projeto: Emidio Sanderson - Invento Produções. Produção executiva: Afro M. Negrão Jr., Daisy Rocha - Memorial da Carnaúba. Impressão: Gráfica Mattavelli.

SERVIÇO

RIO JAGUARIBE - Memória no tempo e das água (Dartista Editora. 2014. 152p) - Lançamento do livro da fotógrafa Sheila Oliveira - Dia 21 de maio de 2015, às .19h, na livraria Cultura (Av. Dom Luís 1010 – Fone: 40080800- Aldeota). Preço do livro: R$ 80,00. Informações: (85) 88515657


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12/05/2015

Rio Jaguaribe - memória no tempo e nas águas





















quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cranaúba a árvore que arranha






Carnaúba a árvore que arranha

No início foi um encantamento, uma vista de imensidão.

Meu olhar de fotógrafa me fez desejar gravar para sempre imagens de uma árvore que arranha e dá vida.

A carnaúba torna verde a árida terra nordestina e dá vida à muitos que se utilizam de todos os “frutos” que ela produz, desde o recolhimento se suas palhas, até o refinamento do pó e a produção da cera e seus derivados.

A carnaúba também produz cultura e sua palha é transformada em símbolos de nossa região e seu artesanato é apreciado no Brasil e no exterior.

Ao final de uma longa caminhada por inúmeros carnaubais, apresento um livro publicado com as imagens que para mim são bem representativas da vida que esta bela árvore gera.

E é em nome desta vida, que dedico esta exposição e todo esforço que possamos fazer para a preservação da carnaúba e tudo que vive através dela.


Sheila Oliveira